sexta-feira, dezembro 03, 2004

O que há em mim?

O fardo da existência cai sobre mim feito ontem.
O vazio dissipou-se…
Sou compelida a viver e desconfio que não sei, nunca soube!
Fui por ti afortunada;
Julgo agora nunca ter perdido nada.
Despertaste em mim o medo da tua ausência porque a mim te deste e a mim me roubaste.
Quando me procuro, confundo-me em ti.
Fujo de mim dentro de mim,
percorro vários estados e vontades que sou eu
E em todos me estranho,e em todos não me encontro;
Nenhum deles me tranquiliza.
Perco-me e volto a encontrar-me sucessivas vezes
Num processo que me esgota e assusta.

Se o medo me vencer há-de arrancar-me de nós;
Carrasco que irá enterrar-me longe, longe de ti.
E de olhos abertos, no aparente silêncio escuro,
entoarei o teu nome abafado pela terra que me cobrirá
no culminar da minha existência.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ao ler este poema lembro-me da conversa que tivemos sobre ele e sobre os medos que o amor te trouxe. Espero que não te derrubem! Sou eu outa vez, o Xavier.

3:39 da manhã  

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