quinta-feira, setembro 23, 2004

O manto da minha morte

Tenho medo desta forma de viver...
Já não me revejo em mim;
Triste, errante, despreocupada caminhante dos dias que se sucediam...
e a imensidão do tempo que urgia na ânsia de me levar a um destino desconhecido, porém, sabido por mim, naquele tempo, antes de ti, vazio;
Só eu e a minha existência forçada, mais forte que a minha vontade de simplesmente apressar o processo e arder, arder em chamas altas e ver-me cair em cinza, esquecida...
Naquele tempo esperava a minha morte, agora espero-te a ti, espada que atravessou o meu descanso;
Que me arrancou da noite escura, tranquila, escassa de vida, onde eu era uma privilegiada espectadora do adormecimento dos que viviam enquanto eu sofria...
Contigo, também eu amanheci junto dos outros e nunca poderei voltar atrás...
Depois de ti não haverá nada;
Desaparecerei algures entre o dia e a noite e sem descanso errarei carregando um manto negro...
O manto da minha morte.

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